terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Era Mesozóico
Periodo Jurássico
                O Jurássico é um periodo da era do Mesozóico (Eon Fanerozóico), compriendido entre 199 e 155 milhôes de anos atrás. Este periodo esta ainda dividido em três epocas Júrassico Inferior (Liásico), Júrassico médio (Dogger) e Júrassico superior (Malm), sendo que a época Júrassico inferior é a mais antiga e a época Júrassico superior a mais recente. Neste periodo foram definidos os andares Hetangiano, Sinemuriano, Pliensbaquiano e Toarciano pertencentes ao Jurássico Inferior, os andares Aaleniano, Bajociano, Batoniano e Caloviano pertencentes ao Jurássico Médio e, finalmente, os andares Oxfordiano, Kimeridgiano e Titoniano pertencentes ao Jurássico Superior. Este periodo começa com a orogenia Paleociméria e termina com a orogenia Neociméria. A designação de Júrassico deve a umas montanhas de nome Jura, nos alpes franceses, que apresentam uma grande quantidade de rochas deste periodo.
Fig.1-Ilustração do periodo Jurássico
Paleogeográfia
            A deriva continental presente no final da era Paleozóico, que possibilitou a união dos continentes, formando a pangea (super continente), neste período trata de rompê-lo e separa-lo em blocos, Laurásia (América do Norte, Europa e Ásia), a norte, e Gondwana (América do Sul, África, Antárctica, Austrália e Índia), a sul. Este mecanismo deveu-se ao aumento do nível dos oceanos que encobriu, com mar, terras baixas, ou seja, permitiu que o mar atingisse regiões que antes não atingia (por estarem no interior da Pangea), o que tornou o clima mais húmido. A quebra e separação dos dois blocos continentais duraram, aproximadamente, 100 milhões de anos, estendendo-se por todo Jurássico. Estes dois grandes continentes foram se subdividindo em blocos menores, e no final do Jurássico (Jurássico superior) existiam quatro áreas continentais distintas denominadas por Laurásia, Índia, América do sul + África e Austrália + Antárctica. O processo de separação total entre a África e a América do sul, que começou neste período, gerou uma grande depressão (Rift) ao longo do que hoje é a margem continental do Brasil. Este vale de Rift foi amontoado por sedimentos, gerando seis bacias marginais designadas por Pelotas, Santos, Campos, Espírito Santo, Bahia sul e Sergipe-Alagoas. É nestas bacias que se encontram os maiores depósitos de petróleo e gás do Brasil.
Fig.2-Reconstrução da terra no período da Jurássico
Clima
                Durante este período, o clima era quente e húmido (clima tropical), este facto levou ao crescimento de muitas plantas e de densas florestas. O mundo nestas condições levou ao aparecimento de oxigénio na atmosfera, consumindo o CO2 existente no período anterior, e levando a repovoamento da terra.
Fauna
Neste período a fauna era muito diversificada, podemos destacar as amonites, crustáceos, praticamente todos os grupos de peixes modernos, anfíbios, primeiras aves (Archaeopteryx) e pequenos mamíferos marsupiais. A fauna do Jurássico é marcada pela dominância dos répteis em todos os vários ambientes, tais como, os dinossauros na terra, pterossauros no ar e plesiossauros no mar. Os dinossauros passaram por transformações, desde o período Triássico, que os tornaram mais inteligentes, evoluídos e maiores. Também se verifica a presença de insectos, tais como, moscas, borboletas e libélulas. Em termos de plantas, tínhamos Ginkos, pinheiros e outras coníferas eram abundantes. Aparecimento de plantas com flor. No mar, apareceram algas calcárias que construíram grandes recifes em várias partes da terra.
Fig.3-amonite (Asteroceras)
Fig.4-Reconstituição do Pterossauro
Fig.5-Reconstituição do Plesiossauros

Referências Bibliográficas:
·    Infoescola, Navegando e aprendendo, Jurássico, Data de publicação em 24 de Setembro de 2010 (consult. 2011-12-22),                                                        Hiperligação: http://www.infoescola.com/geologia/jurassico/
·     Jurássico (consult. 2011-12-22),                                                                             Hiperligação: http://www.avph.com.br/jurassico.htm
·     Jurássico (consult. 2011-12-22),                                                                             Hiperligação: http://www.fgel.uerj.br/Dgrg/webdgrg/Timescale/Jurassico.htm
·     Wikipédia, A enciclopédia livre, Jurássico, actualizado pela ultima vez em 7 de Outubro de 2011 (consult. 2011-12-22), Hiperligação: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jur%C3%A1ssico
Métodos estratigráficos físicos
Dendrocronologia
            A Dendrocronologia é uma técnica de datação, inventada e desanvolvida por A.E.Douglass (fundador do laboratório Tree-Ring Research na Universidade do Arizona), onde se estabelece a idade de uma árvore utilizando os seus anéis de crescimento presentes no tronco. Este método científico apoia-se no facto de que as árvores dum determinado local apresentam um padrão uniforme nos seus anéis de crecimento,  devido às condições climáticas nessa região. A datação deste método é estabelecida de acordo com o clima das épocas, tornando-se assim um grande método de datação absoluto dos climas passados. As árvores observadas crescem em espessura de forma descontínua, quando estamos perante um clima temperado. A produção de tecidos duma árvore, só acontece durante uma parte do ano, nomeadamente na primavera e no verão, o que leva á formação de aneis com o ritmo de um anel por ano. Observa-se, por outro lado, que a largura destes anéis não é constante, variando de ano para ano em cada localcom a variação das condições do clima. Quanto melhores essas condições forem mais largos vão ser os aneis anuais e quanto mais desfavoráveis essas condições forem mais estreitos os anéis vão ser. Através da análise de alguns minerais marcadores, nos diferentes anéis podemos ter uma boa informação sobre a contaminação atmosférica no passado.
                          Fig.1-História da árvore através da observação dos seus aneis
         Pegando agora no trabalho, “Periodicidade do crescimento e formação da madeira de algumas espécies arbóreas de florestas estacionais  semidecíduas da região sudeste do estado de São Paulo” elaborado por Ligia Ferreira (Bióloga) orientada por Prof. Dr. Mario Tomazello Filho.
Principais objectivos do trabalho:
  • Estudar a periodicidade da actividade cambial e da formação dos aneis de crescimento utilizando o método de faixas dendrométricas em três locais da região do Estado de São Paulo;
  • Determinar a idade de algumas árvores das espécies selecionadas (dendrocronologia);
  • Correlacionar o crescimento em circunferência das àrvores com as variações climáticas, fenológicas e condições de crescimento (dendroclimotologia e dendroecologia);
  • Fazer uma identificação macroscópica das madeiras das espécies estudadas.
No presente trabalho em estudo, foram utilizadas faixas dendrométricas (em associação com as marcações anuais do câmbio das árvores). A utilização deste método permitiu uma avaliação continua dos incrementos em circunferência dos troncos das espécies em estudo que, por sua vez, possibilita a determinação do ritmo e a taxa de crescimento, de periodicidade da actividade cambial e da influência dos tactores climáticos. Estas faixas dendrométricas foram aplicadas pelo “Centre Technique Forestier Tropical” (na França) desde 1965. Este método tem como vantagens, a fácil montagem, a fácil instalação, custo baixo e leituras precisas (Botosso & Tomazello Filho, 2001).
Fig.2-Aplicação de faixas dendrométricas

Algumas desvantagens deste trabalho foram:
·         As condições climáticas do local interferem com o trabalho realizado e com o ritmo de crescimento am diâmetro das árvores em estudo;
·         A presença de lianas interfere no ritmo do crescimento em diâmetro das árvores em estudo;
·         A dinâmica do crescimento do tronco das árvores das espécies nas populações folrestais pode ser melhor explicada pela análse da fenologia e das variações climáticas;
·         Este método não é eficiente em árvores recentes;
·         A escolha do local de trabalho tem que ser feita de forma selectiva.
Conclusões obtidas neste trabalho:
·         As condições do local e a presença de lianas são factores que devem ser analisados em conjunto;
·         As fenofases (queda e brotamento de folhas) estão relacionadas com o período de diminuição e rativação da actividade cambial das espécies florestais;
·         As taxas de crescimento em diâmetro do tronco foram mais elevadas nas árvores das espécies pioneiras em relação as secundárias iniciais e tardias;
·         As variáveis climáticas (precipitação e temperatura) foram correlacionadas com o crescimento circunferêncial do tronco das árvores na maioria das espécies florestais;
·         A estrutura anatômica da madeira e as características dos anéis de crescimento das árvores das espécies florestais foram semelhantes em relação aos locais e a descrição caracterizada na literatura especializada;
·         Os métodos de dendrocronologia aplicados para as árvores das diferentes espécies podem contribuir para a determinação da sua idade e taxa de crescimento em circunferência;
·         A faixa dendromética de aço representou um instrumento presiso e eficiente na avaliação da taxa de crescimento do tronco das árvores das espécies florestais analisadas.

Referências Bibliográficas:

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Estratótipo do Cabo Mondego
     fig1-Cabo Mondego


            No Cabo Mondego ( Figueira da Foz) situado a cerca de 200 km a norte de lisboa, no bordo continental da Serra da Boa Viagem, esta estabelecido o estratótipo ( GSSP-Global Boundary Stratotype Section and Point) do limite Aaleniano-Bajociano pela IUGS (Internacional Union of Geological Sciences). Este estratótipo representa sem dúvida um irrepetível  e insubstituível exemplar para a compreenção da história geológica de Portugal. Em particular, divulga alguns dos mais importantes episódios da história da Terra ocorridos durante o Jurássico, num intervalo que se situa, aproximadamente, entre os 185 e os 120 milhões de anos.  

Ao longo das falésias das praias do Cabo Mondego podemos ver o maior afloramento do período Jurássico presente na Europa. Os sedimentos de margas, calcários e arenitos encontram-se ao longo da costa desde da praia da Murtinheira (Jurássico Inferior e médio), até à baía de Buarcos (Jurássico superior). O afloramento abrange uma serie de sedimentos marinhos e fluvio-lacustres (não excedendo os 400m) que se estendem desde o andar Toarciano superior até ao andar Titoniano. Este registo, nalguns níveis, é particularmente contínuo e rico em informações paleontológicas, sedimentológicas e paleomagnéticas, que se relacionam a excepcionais condições de observação. O registo fóssil nesta zona inclui macrofósseis (lamilibrânquios, gastrópodes, bivalves, braquiópedes, plantas, peixes, crinóides, corais, ostreídeos, belemnóides e amonides), microfósseis (foraminíferos e nanoplâncton calcário) , icnofósseis e pegadas de dinossauro. No Cabo Mondego é possível a visualização de uma regressão marinha devido à erosão, que deixa a descoberto estratos que apresentam ainda uma estratificação entrecruzada. Os estratos mais antigos apresentam sedimentos de menor granulometria que os estratos mais recentes. O que pemite concluir que onde ocorreu a deposição de sedimentos pequenos (alto mar) foi mais tarde região costeira, sucedendo-se a deposição de sedimentos maiores, e sendo visível então uma regressão marinha. O Cabo Mondego tem sido obra de estudo de vários autores, um deles foi Gomes em 1884 que nos relata a existência de uma laje, com cerca de 15 pegadas tridáctilas, cuja localização (área vulnerável às marés), conduziu à sua remoção e artigo no Museu Nacional de História Natural de Lisboa.
                                     Fig3-Trilhos de pegadas do Cabo Mondego


Outras descobertas:
      • Em 1950, foram encontradas 50 novas pegadas, destribuídas em três níveis nos sedimentos do “andar” Lusitaniano na Pedra da Nau.
      • Foram ainda encontrados no mesmo “andar” peixes fósseis (Propterus microstomus) e fragmentos de peixes fossilizados próprios do género Lepidulus.
      • São encontrados no Cabo Mondego fósseis de plantas, em materiais provenientes da mina de carvão.
      • Evidenciam-se ainda muitos trabalhos sobre as associações de amonóides e o seu valor estratigráfico, assim como os nanofósseis calcários, branquiópedes e foraminíferos bentónicos.
      • Em 1972, descrevem-se detalhadamente as associações registadas de amonóides do Cabo Mondego.
      • O estudo de monofósseis calcários permitiu identificar um cojunto de 28 espécies, bem como a sua distribuição e riqueza ao longo da passagem Aaleniano-Bajociano.
      • No que diz respeito à presença de foraminíferos bentónicos, estudou-se detalhadamente o seu registo desde o Terarciano Superior até Bajociano Inferior, o que permitiu determinar a sua distribuição, bem como alguns factores condicionantes do desenvolvimento das comunidades.
      • Dados magnetostratigráficos obtidos no Cabo Mondego, revelam uma inversão de polaridade normal para inversa, no limite inferior do estratótipo do limite Aaleniano-Bajociano.
      Mais recentemente o objecto de estudo tem sido o petróleo, no âmbito da área da geologia, explorando os potências reservatórios de hidrocerbonetos na  Bacia Lusitânia.
Qualquer descoberta ou metodologia de investigação só será validada após comparação com o Cabo Mondego.
                                            

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

James Hutton
                James Hutton foi químico, naturalista e geólogo britânico, por desempenhar um trabalho pioneiro na interpretação dos processos geológicos, Hutton foi considerado um dos fundadores da geologia moderna, uniformismo e plutunismo. Nasceu a 3 de Junho de 1726, em Edimburgo, e faleceu a 26 de Março 1797, no mesmo local. Este geólogo concluiu os estudos secundários, em Edimburgo (cidade escocesa), tendo, posteriormente, ingressado na Universidade de Edimburgo para estudar Direito, apesar de ter um especial interesse por Química. Hutton desistiu da carreira jurídica e acabou por licenciar-se em Medicina, em 1749, na Universidade de Paris. Criador e defensor da Escola Plutunista, apresentou, em 1785, uma obra de dois volumes intitulada Teoria da Terra, onde admitia que o magma era o formador das rochas. Nesta teoria, Hutton assenta sobre duas ideias base. Numa das suas ideias este autor considera que os acontecimentos geológicos do passado são o resultado das forças da natureza idênticas às que se observam hoje em dia, e na outra ideia considera que os acontecimentos geológicos são o resultado de lentos e graduais os processos da natureza. Com isto Hutton pode concluir que a terra deveria ser bem mais antiga do que se pensava anteriormente, para que houvesse tempo para os processos da natureza actuarem. Em 1788, Hutton estudou um afloramento rochoso, na Escócia, chamado Siccar Point.

Este afloramento tem sedimentos mais antigos (Paleozóico-silúrico) que se depositaram num fundo submarino com estratificação subhorizontais, ou seja, isto sucedeu devido á actuação da acção de gravidade no momento de deposição, como podemos ver actualmente. Em seguida, as forças de origem interna comprimiram a estratificação horizontal, sendo esta dobrada e levantada, acima do nível do mar. Deu-se, seguidamente, a erosão dos sedimentos, com formação duma superfície aplanada, sobre a qual se foi depositar arenitos vermelhos continentais (Paleozóico-Devónico), em estratos subhorizontais. Como a erosão e a sedimentação são lentas e graduais, o tempo necessário à geração duma discordância é bastante longo. Actualmente sabemos que na ordem dos 20 milhões de anos. Como já foi referido o termo discordância serve para designar superfícies que separam duas sequências de rochas com idades distintas, tendo havido uma interrupção (hiato) entre a formação de ambas. Segundo Hutton podemos definir 4 tipos de discordâncias: a angular, erosiva, paralela ou paradiscordância e litológica. A discordância angular é uma espécie de plano que separa duas sequencias em que a inferior esta inclinada ou dobrada, de forma que a sequencia superior corta as camadas da sequencia inferior. Há uma clara diferença de direcção e ângulos de mergulhos entre as duas camadas. A discordância erosiva separa duas sequências sedimentares com camadas paralelas entre si, havendo entre elas uma superfície de erosão. A discordância paralela ou paradiscordância separa duas sequências sedimentares com camadas paralelas entre si e com idades diferentes, existe entre elas uma superfície plana que representa o hiato ocorrido no processo de deposição. Este tipo de discordância é reconhecido pelos diferentes conteúdos fossilíferos entre as duas sequências. A discordância litológica define uma sequência de rochas sedimentares ou vulcano-sedimentares que descansa sobre rochas antigas (ígneas e/ou metamórficas), estas tem uma grande diferença de composição. A superfície desta discordância é uma superfície de erosão. Baseada nesta informação nasceu a teoria do uniformismo e o método actualista.

Referências bibliográficas:
·         Biologia e geologia, Terra- Um planeta em mudança, Uniformitarismo (consult. 2011-12-21) Hiperligação:http://sites.google.com/site/geologiaebiologia/biologia-e-geologia-10%C2%BA/terra---um-planeta-em-mudanca#TOC-James-Hutton-1726---1797-
·         Contacto geológico, Discordâncias, alterada pela última vez em 10 de Fevereiro de 2010 (consult.2011-12-21), Hiperligação:http://www.dicionario.pro.br/dicionario/index.php/Contato_geol%C3%B3gico
·         James Hutton. In infopédia (em linha). Porto: porto editora, 2003-2011 (consult. 2011-12-21) Disponível na www:<URL: http://www.infopedia.pt/$james-hutton
·         The University of Edinburgh, James Hutton, alterada pela última vez em 14 de Julho de 2008 (consult.2011-12-21), Hiperligação:http://www.ed.ac.uk/about/people/millennial/hutton
·         Wikipedia, The Free Encyclopedia, alterada pela última vez em 19 de Dezembro de 2011 (consult. 2011-12-21), Hiperligação: http://en.wikipedia.org/wiki/James_Hutton